Cartografias-minuto realizadas durante o componente curricular Artes, Comunidades, Espacialidades, ministrado por Cinara de Araújo (2020.1, interrompido e retomado de forma remota). São processos que encontram na força grave do momento (os blocos da pandemia) caminhos de seguir. A curadoria das películas foi feita por Cinara de Araújo, Filip Couto, Nicole Della Cruz e Jhonatan Almeida.
As cartografias foram se desdobrando (em várias linguagens artísticas) e lançadas na forma de pequenos filmes de um minuto cada. O tempo do minuto foi a doação de nossos percursos para o silêncio das 920.940 mortes pela pandemia no mundo. (Hoje, 13 de setembro de 2020.) Algumas figuras de pensamento do componente: Interferir na geografia das coisas (Marcelino Freire); fazer arquitetura reversa ou geografia de rebeldes (Maria Gabriela Llansol); inconscientes que protestam (Suely Rolnik); comunidade de lampejos (Didi-Huberman); o baobá, cantado por mestre TC, em AfroTranscendence (estamos sempre voltando para casa) e os objetos de Estamira.
FICHA TÉCNICA
autor/a/s: Ana Gama, Carolina Aiala, Cinara de Araújo, Daiane de Jesus, Davi Belasco, Eduardo Rebelo, Filip Couto, Flávia Birck, Italo Rocha, Jhonatan Almeida, Lucas Vinícius Guimarães, Nicolle Dela Cruz, Paloma Lorrancy, Pétala Grecov e Sarah Cancela
título: Geografia de Rebeldes: cartografias-minuto para reinventar o mundo
curadores: Cinara de Araújo, Filip Couto, Nicole Della Cruz e Jhonatan Almeida
ano de produção: 2020
duração: 17’41
técnica utilizada: cartografias em filmes de um minuto
DESCRIÇÃO
O trabalho reúne cartografias-minuto realizadas durante o componente curricular Artes, Comunidades, Espacialidades, ministrado por Cinara de Araújo (2020.1, interrompido e retomado de forma remota). São processos que encontram na força grave do momento (os blocos da pandemia) caminhos de seguir. A curadoria das películas foi feita por Cinara de Araújo, Filip Couto, Nicole Della Cruz e Jhonatan Almeida. As cartografias foram se desdobrando (em várias linguagens artísticas) e lançadas na forma de pequenos filmes de um minuto cada. O tempo do minuto foi a doação de nossos percursos para o silêncio das 920.940 mortes pela pandemia no mundo. (Hoje, 13 de setembro de 2020.) Algumas figuras de pensamento do componente: Interferir na geografia das coisas (Marcelino Freire); fazer arquitetura reversa ou geografia de rebeldes (Maria Gabriela Llansol); inconscientes que protestam (Suely Rolnik); comunidade de lampejos (Didi Huberman); o baobá, cantado por mestre TC, em AfroTranscendence (estamos sempre voltando para casa) e os objetos de Estamira.
O componente inscrevia a pergunta inicial sobre “cartografia” e “geografia de rebeldes” (nome da primeira trilogia da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol). Foram analisadas algumas definições e métodos compostos pelos eixos do componente: espacialidade, comunidade e arte. Trazendo os seguintes elementos poético-conceituais: “aberturas concretas”, “corpo vibrátil”, “subjetividades emancipadas”, “arquiteturas reversas”, “comunidades vaga lume”. A parte prática foi inicialmente composta por “dispositivos cartográficos” que envolviam derivas, trajetos e visitas a comunidades. Com a pandemia, os dispositivos se transformaram em imagens e cartografias de dentro de casa e recebemos, como retomada do componente, artistas e pesquisadores que trabalham com a vertente arte-comunidade espacialidade. Nomeados: Lia Krucken (objetos com raízes); Annaline Curado (casa nômade); Wilson de Avellar (razão de dois e kinopoemas); João Rocha (ética da paisagem). As visitas e o materiais enviados suscitaram em nós muitas fagulhas, muitos caminhos, e muitos silêncios. A pandemia, com sua morada de incertezas foi, em tanto, trespassada pelo que seria arte, comunidade, espacialidade “em confinamento”. As intervenções, os filmes e os pequenos áudios enviados pelos artistas e pela professora, e as cartografias (em processo) dos estudantes abriram e continuam abrindo caminhos de seguir e de ficar.
BIOGRAFIAS
Ana Gama, 30 anos, artista visual e performer. Desenha desde a infância, mas só iniciou a carreira profissional na artes com 24 anos, durante a sua primeira formação como turismóloga, fazendo pinturas de mandalas que misturam conceitos abstratos e de ilustração. Em 2016, como autodidata iniciou os estudos de arte na pele, com a tatuagem permanente. Estagiou por um curto tempo num estúdio em São Paulo, mas logo se mudou para Bahia para estudar Bacharelado Interdisciplinar em Artes na UFSB. Em 2017 iniciou os estudos em teatro com o grupo Manguti, se apresentando na peça Casa Histórica Caótica e Romântica no Centro Cultural de Porto Seguro, teve uma breve participação no grupo Corpo Ambiental, no mesmo ano ainda organizou o primeiro sarau cultural com teor crítico e político em Arraial D’ajuda. Em 2018 inaugurou seu Estúdio e Ateliê Sarasvati Art & Tattoo, onde permaneceu por 2 anos, organizando pequenos eventos de tatuagens, músicas e bazar.
Átila Sampaio dos Santos, 31 anos, Discente do Curso de Bacharel em Artes na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Quadrimestre de 2017.2, indígena da etnia Pataxó, fotografo amador formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), amante de Mountain Bike, morador de Coroa Vermelha, Aldeia Indígena localizado na Cidade de Santa Cruz Cabrália.
Daiane Rosa de Jesus Guerreiro, 27 anos, nascida em Guaratinga- Ba, onde fez o ensino médio, mas atualmente reside em Santa Cruz Cabrália, técnica de enfermagem pela escola técnica Egídio José da Silva, estudante na Universidade Federal do Sul da Bahia no bacharelado interdisciplinar em saúde.
Carolina Aiala, estudante de Licenciatura Interdisciplinar em Artes. Atua na fotografia, composição, canto, desenho e trabalha como aprendiz de tatuadora. No último ano finalizou a experiência de participação voluntária no Programa de Residência Pedagógica, CAPES. Desenvolveu uma oficina, “Caligrafias e Espaços”, com estudantes do 8º/9º ano e EJA, refletindo as inscrições através da linguagem escrita no espaço escolar e a prática das técnicas da escrita.
Cinara de Araújo, artista-pesquisadora e poeta. Professora no Centro de Formação em artes da UFSB. Coordena a pesquisa “Poema, experiência, comunidade: a bio-grafia como método e modos da literatura incomparável” (2016-2021)
Davi Belasco, 25 anos, estudante do Centro de Formação em Artes da Universidade Federal do Sul da Bahia, cursou Design Gráfico no Centro Universitário Unifafibe em Bebedouro-SP e atualmente possui uma mini agência digital com ênfase em fotografia, audiovisual e o próprio design gráfico (editoração e identidade visual). Músico há quase uma década e atualmente produzindo o primeiro álbum do projeto LADERA, power trio de Rock/Grunge.
Eduardo Rebelo da Silva, também conhecido como Duds, é artista de nascença. Neto e filho de grandes músicos, músico desde os 14 anos, tocando nos palcos, tendo assim mais de 12 anos de experiência na percussão, bateria e violão. É também compositor, pintor, desenhista, escritor, fotógrafo, cineasta, produtor audiovisual, cantor e amador da vida. Estudante da UFSB no curso de BI Artes desde 2017.
Flávia da Silva Birck, 25 anos, casada, atualmente moradora de Porto Seguro, Bahia. Proveniente de família pobre de dinheiro, mas rica de amor. Quase formada em LI Humanidades na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
Filip Couto, discente em Licenciatura em Artes e suas Tecnologias na Universidade Federal do Sul da Bahia. Atualmente, participa do projeto “Para adiar o fim do mundo: objetos poéticos da memória em Vale Verde(website)” Desenvolve trabalho cênicos buscando propor diálogo entre meio ambiente e artes. Em 2019-2020, participou do grupo de pesquisa Filo&Artes (CFA – UFSB).
Italo Rodrigues, aluno da turma de BI-Artes 2017.2. Atualmente em um processo de migração para o curso de linguagens. Músico multi instrumentista, 27 anos.
Jhonatan Almeida, artista da presença, suas obras estão relacionadas a sua comunidade e suas estéticas e narrativas, junto com denúncias e utopias. Graduando do curso de licenciatura em artes e suas tecnologias na Universidade Federal do Sul da Bahia. Participa do grupo de pesquisa Pensamento Negro Contemporâneo. Bailarino clássico intermediário formado pela Royal Academy Of Dance. Um dos vencedores do concurso de escrevivências com o conto “Saldade Maikon”.
Lucas Vinicius da Cruz Guimarães, estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Artes na UFSB.
Nicolle Dela Cruz é graduanda e representante do CA do curso de Licenciatura interdisciplinar em artes e suas tecnologias. É artista da imagem e vídeo, se descobrindo nas produções fotográficas e audiovisuais. Faz parte do projeto de pesquisa Mapeamento e pré edição do acervo Wai’a Xavante e é voluntária do projeto de extensão Imagina! Circuito Permanente de audiovisual.
Paloma Lorrance, musicista, Licencianda em Artes e suas tecnologias, com área de atuação na música e artes visuais. Tendo trabalhos de experimentação sonora, composição, produção e cartografia desenvolvidos. Atuou como estagiária no CIEPS (Complexo Integrado de Educação de Porto Seguro) nas disciplinas de artes, ofertando uma oficina de música intitulada “Canção de Protesto”. Atuou também como estagiária no Projeto A Nossa Casa, acompanhando e desenvolvendo atividades nas oficinas de artesanatos, música e teatro.
Pétala Grecov atua como Pedagoga no Instituto Mãe Terra. Cresceu no Vale Verde.
Sarah dos Santos Cancela, nasceu em São Paulo, em 03 de Outubro de 1998, atualmente morando em Santa Cruz Cabrália (Aldeia indigena Pataxó) desde os seus 6 meses de vida. Estudante universitária indigena na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) – INTERDISCIPLINAR EM ARTES/CFA – PORTO SEGURO – BACHARELADO.